" Se o Cristo se encarnou para salvar a humanidade, então, tudo que nos desumaniza não pode ser divino." Pr Sandro

sábado, 21 de abril de 2012

Genérica

"Carmem Miranda sem tique pro samba mas faz a pose como ninguém"

Geralmente não sou de ouvir música. A maioria das pessoas estranham isso (pra falar a verdade elas normalmente duvidam). É a mesma reação de quando digo que não gosto de doces, e não tenho muita atração pelo chocolate (nunca precisei acordar com crises de abstinência no meio da noite para assaltar uma lata de achocolatado ou de leite em pó com açúcar!). Porém, ultimamente, basta entrar no carro para apressadamente ligar o rádio e colocar a música Genérica da Banda Resgate (substituindo o velho hábito de ligar numa estação de notícias). 

A música é sobre pessoas que valorizam a performance em detrimento do caráter, da essência, que se esmeram em demonstrar uma imagem de santidade exterior e, infelizmente, suas atitudes não passam de disfarces para esconder quem realmente são. Na linguagem de Brennan Manning ("O impostor que vive em mim" - recomendo), são os "falsos eus" que construímos ao longo de nossa jornada da vida para  auto expiação ou satisfazermos as expectativas que outros precisam ter a nosso respeito, ou ainda, o pior dos comportamentos, para tornar se um ídolo ou alguém especial, portador de dons e habilidades especiais que, além de não poder ser questionado como "homem de Deus" é juiz e algoz dos outros pobres reles mortais (categoria da qual eu faço parte - os humanos, imperfeitos, sempre carentes da graça de Deus). 

No mundo pós moderno onde parecer ser é mais importante que realmente ser, essas atitudes teatrais de líderes e, porque não dizer, de grande parte dos cristãos de nosso tempo, que são capazes de obedecer todos os rigores da lei e  omitem " ...o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas" (Mateus 23:3) tem produzido um evangelho muito atraente, enchendo os templos e aumentando as fileiras de membresia dos evangélicos, sem contudo, provocar mudanças na vida pessoal e social de seus seguidores .

No nosso evangelho contemporâneo "sem Graça" e extremamente performático vale a pergunta da canção: "Quem é você, quando ninguém vê?" 


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