Movido pelo propósito.

 "Gato toma leite, rato come queijo e eu sou palhaço"

Neste sábado me emocionei assistindo o filme O Palhaço. Não é o tipo de filme com uma grande produção ou com show de efeitos especiais. Também não é um filme para você gargalhar até morrer de rir (como Lisbélula e o prisioneiro com mesmo ator). Na verdade é um filme simples e, acredito que é aí que está seu segredo. O filme conta a história de um palhaço cansado de seu ofício e das responsabilidades do circo e se aventura a experimentar a vida fora do mundo circense. A frase acima é que dirige a trama do filme e procura despertar o espectador para a reflexão sobre a satisfação de fazer aquilo pelo qual temos a verdadeira vocação ou, sendo mais filosófico, nosso propósito de vida.

Não pude deixar de pensar, mesmo enquanto assistia o filme, no meu trabalho pastoral. Assim como o palhaço  da obra, não é difícil para um ministro se sentir cansado e intrigado com a dúvida em saber se realmente vale a pena continuar militando em favor da Igreja. Somos continuamente cercados de dúvidas, desde as pessoais como: será que Deus me chamou mesmo? Vou conseguir ajudar essas pessoas? Porque todo mundo pode ter uma vida normal menos eu e minha família? Será que seu eu tivesse continuado no meu antigo emprego minha vida não estaria melhor? Entre outras tantas! Tente ter uma conversa franca com um pastor (estou falando de gente séria) e vai descobrir que uma das coisas que ele mais pensou durante seu ministério foi desistir.

Somos perseguidos pelos de fora, mas também pelos de nosso aprisco. Enquanto os de fora desdenham do nosso trabalho e fazem todo tipo de acusações, os de dentro fazem todo tipo de exigência: querem um bom sermão, fiscalizam nossa família, exigem nosso tempo, mesmo nos dias de folga e, estão sempre nutrindo expectativas nada realistas a nosso respeito.

Apesar das pressões de nosso ofício (tenha certeza que não descrevi  uma grande parte delas) ainda somos movidos pela causa que nos foi confiada. É difícil num encontro de pastores o assunto principal não ser a igreja e os sonhos que nutrimos a seu respeito. Basta tirar férias ou merecidas folgas para redescobrir que "gato toma leite, rato come queijo e eu sou pastor".

Assista o filme e se emocione também. #ficaadica.