" Se o Cristo se encarnou para salvar a humanidade, então, tudo que nos desumaniza não pode ser divino." Pr Sandro

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A difícil arte de ser livre!


As maiorias das pessoas nutrem a idéia do senso comum do que é ser um bom cristão. Tanto para os de “dentro” quanto para os de “fora”, ser um bom cristão está na capacidade de cumprir com uma lista de coisas que eu posso fazer e outra de coisas que não posso fazer.
A conduta de boa parte dos cristãos esta baseada no desempenho. Quanto mais regras sou capaz de obedecer, mais maduro e santo eu sou, ou ainda, quando não fundamentasse na performance espiritual que deixa alguns mais exóticos do que com aparência de santos.
Acredito que muitos impõem ou submetem - se a essa condição pela difícil tarefa de exercer sua liberdade. Afinal, não é fácil ser livre.
Exercer liberdade requer o exercício da responsabilidade. Ser livre é estar entre os amigos e parentes,
mesmo estando no ambiente não religioso, e mesmo assim ser santo. Para os livres, o desafio da vida santa está na prática de vida entre as pessoas não cristãs. Assim como Jesus, é poder estar entre os não cristãos (no caso de Jesus: prostitutas, cobradores de impostos, mulheres e homens de má fama, etc) e não se comportar como um deles, ao contrário, ser um influenciador e um canal de esperança aos perdidos.
Já o legalismo é seguro. Eu não me envolvo, não estabeleço relacionamentos (a não ser com os “espirituais” como eu) e, o único mérito por trás da salvação sou eu mesmo. A prática do legalismo me faz ser notado, me dá status de “santo”, “puro”...e esse, pra mim, é o maior pecado que alguém pode cometer: o pecado da auto-expiação. É acreditar que eu, pelos meus próprios méritos, posso salvar a mim mesmo.
Ser livre requer compaixão. De mim mesmo, por entender que não sou perfeito, e dos outros. Exige de mim a prática do amor sacrificial e a tolerância para com todos, entendendo que somos seres em construção. Já o legalista é duro consigo mesmo e com os outros. Suas exigências consigo faz com que seja sempre frustrado, afinal, ninguém nessa vida é perfeito, e também é muito duro e impiedoso contra os outros.
A liberdade é relacional. Precisa dos outros para ser exercida. O legalista é solitário ou está sempre envolvido apenas com seu grupo religioso. Estar em outro ambiente ou com outras pessoas pode ser um pecado mortal (ainda que seja apenas uma festa de família, ou uma volta na praia).
Enfim, é muito mais fácil ser legalista. Ter sua vida previsível, pautada pelas “regras” de conduta e sentido se seguro. Já ser livre exige disciplina, amor, tolerância, ser amigável, ter compaixão, etc...mas sem dúvida, quem experimentou a liberdade não se conforma com as cadeias, ainda que sejam invisíveis.

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