" Se o Cristo se encarnou para salvar a humanidade, então, tudo que nos desumaniza não pode ser divino." Pr Sandro

domingo, 16 de outubro de 2011

Onde estão os santos? E a cruz?

Certa vez, quando ainda era um líder do ministério de jovens (lá se vão 14 anos atrás), um de nossos jovens trouxe uma visitante curiosa. Naquele dia, ela me encheu de perguntas. Duas delas eu me lembro até hoje. Ela me perguntou "por que em nossa igreja não haviam santos nas paredes"? Ao que eu respondi: Na nossa igreja os santos só vão para as paredes quando não acham lugar para sentar! Logo depois ela me perguntou: Por que vocês não tem uma cruz? Passados os anos, essas se tornaram as minhas perguntas:
Onde estão os santos?  Parecem apenas adornar os templos nos momentos de celebrações (essa palavra substituiu a palavra culto). E
olha que os templos estão cheio deles. Têm literalmente rostos translúcidos e e expressões que parecem revelar uma pureza angelical mas, parecem deixar sua santidade nos templos, eles não circulam mais na vida diária. Lá eles se emocionam, choram, clamam, "são irmãos", se comprometem, e...é só. Sua religiosidade se esgota por lá. Mesmo com nossos templos cheios, nosso país não parece ter mudado em nada ( e olha que hoje eles estão por toda parte,  nas periferias, nos bairros de classe média, no congresso, na capital e nos lugares mais distantes do país, etc.).
E onde foi parar a cruz? Sumiu! Sumiu das canções, dos sermões, dos estudos bíblicos, etc..Até mesmo a esperança que ela representa desapareceu. Antigamente, ao ingressar em alguma igreja,  era possível ver estampada em letras garrafais nas paredes, alguma frase do tipo "Ele ressuscitou", "Em breve voltará"... Agora, foram substituídas pelas faixas de campanhas de receitas como: faça isso, faça aquilo (sempre acompanhadas de uma oferta especial) ou sete passos para isso, cinco atitudes para aquilo, cinco pedras...
A cruz sempre foi o fundamento e a principal mensagem da Igreja em seu primeiros dias. A mensagem dos nossos primeiros irmãos estavam sempre girando sobre o mesmo tema: morte e ressurreição. A santidade era o tema principal de suas cartas. Falavam dela na aplicação prática em seu cotidiano. Desde no trabalho (e olha que a maioria eram escravos) quanto nas relações da vida diária. Lutavam menos do que nós contra o inferno sobrenatural e travavam uma batalha diária contra o inferno que ainda precisava ser retirado de dentro deles. Foi a cruz e a vida crucificada dos cristãos que fez com que o evangelho atravessasse fronteiras, as barreiras do tempo e do espaço, e nos alcance mesmo depois de mais de dois mil anos.
Se queremos realmente presenciar o evangelho alcançando "todas as criaturas", creio que estamos usando a estratégia errada. O panem et circense já se mostrou paliativo, sazonal e ineficaz.
A mensagem da cruz ainda é a ferramenta do Espírito Santo para convencer pecadores ao arrependimento e a vida de santidade a Sua voz.


Nenhum comentário:

Postar um comentário