O Caminho!

Você já esteve perdido? 

Eu me lembro quando tinha aproximadamente 05 anos e, minha mãe me levou, junto com os meus irmãos para fazermos compras em Santos. As ruas estavam cheias! Eu, como queria provar que já era um homem, passei a andar na frente deles e, não percebi quando entraram em uma loja e fiquei por cerca de 40 minutos vagando pelo centro da cidade (imagine: uma criança de + ou - 05 anos) até que, parei em um ponto de ônibus e perguntei a uma mulher próxima: "esse ônibus vai para Cubatão?" Ao ouvir sua negativa fiz na hora o que me parecia mais sensato. Comecei a chorar desesperadamente!

Também me perdi certa vez que voltava de Nossa Igreja em São Paulo. Eu e minha esposa seguimos

a direção errada para nossa cidade (nessa época eu morava no interior de São Paulo) e já passava das 23:00h. Adentramos à um bairro mal iluminado, reconhecidamente perigoso na capital paulista, e ficamos com receio de pedir informação. A medida que encontrávamos alguém na rua ou as pessoas tinham medo de nos dar informação ou nós é que ficávamos com receio de sermos surpreendidos ao para e perguntar a alguém. Resultado: desespero novamente.

No episódio de Santos, meu alívio foi aquela mulher que, não apenas se dispôs a me ajudar, mas me levou até minha casa e me deixou com um vizinho. Minha mãe, depois de ter mobilizado a polícia e procurar por toda cidade, ficou surpresa ao me ver são e salvo. Em São Paulo, o alívio veio depois de muita discussão dentro do carro e. logo depois de avistarmos uma placa de trânsito indicando o caminho da Marginal Tietê. Nada melhor como alguém que indique o caminho e outros que nos  ajudem a caminhar por ele até o destino. 

A sensação de estar perdido é sempre de desespero (ou ausência de esperança, de sentido, de crises existenciais). Lembrar nos desta sensação nos faz refletir sobre os anseios e sentimentos daqueles que ainda não encontraram o caminho. Jesus ao avistar a multidão de pessoas que precisavam de ajuda exclamou: "São como ovelhas que não tem um pastor". 

Faz se necessário estarmos atentos aos balidos dos nossos vizinhos, amigos familiares, mendigos e moradores de rua, gente rica e gente pobre (afinal, Ele disse que não faz acepção de pessoas) e lhes apontar o caminho. Afinal, nos sabemos como é estar perdido! Também conhecemos o alívio de encontrarmos a verdadeira razão da nossa peregrinação. 

Que você leitor possa ser uma seta, uma placa ou um condutor daqueles que ainda estão perdidos.