Aviva Senhor a sua obra em nossos dias!

"Aquela luz é artificial, aquela fumaça é artificial, é uma glória de mentirinha, é de mentirinha. Apagou a luz é só um mané ali em cima..." (Rodolfo Abrantes no programa Rock Estrada do Multi Show)

Não quero (e não gosto) parecer saudosista. Não gosto daquelas frases do tipo "no meu tempo"; "aquela época", etc., mas, tive uma experiência essa semana que me fez parar pra pensar. Tive que ir ao banco para receber uma importância em dinheiro e, enquanto esperava o gerente me perguntou: "o que você faz?" e eu demorei um pouco para responder por constrangimento. Me entenda, não tenho vergonha do evangelho, mas ando com muita vergonha dos evangélicos, principalmente da classe que represento - os pastores. Houve a época em que (olha eu sendo saudosista, mas é inevitável) ouvíamos no seminário as histórias dos
pioneiros e daqueles que foram discipulados por eles e nos encantávamos, ao mesmo tempo que os admirávamos, com a dura realidade desses desbravadores. Não tinham ouro ou prata, mas contavam com aquilo que era mais importante: o poder e a presença de Cristo. Também admirava alguns dos seus singelos hábitos. Ao terminarem os cultos, se dirigiam para porta do templo e, pacientemente, cumprimentavam cada pessoa que participou do culto. Eram acessíveis. Também eram duros com relação a disciplina. Me lembro de um dia de calor pela manhã que resolvi ir de bermuda a igreja e fui severamente repreendido pelo meu pastor. Ao invés de abandonar a igreja, reconheci aquele ato como uma forma de aprender a reverenciar a Deus e a sua casa (você não precisa concordar comigo).

Hoje, fico corado de vergonha com o despotismo demonstrado por alguns que, com o discurso de autoridade espiritual, têm oprimido e explorado o povo, ou usado como massa de manobra para sua auto afirmação. Estão tão loucos que, mesmo sendo óbvio os seus excessos e abusos, são capazes de justificarem suas ações e, quando os oprimidos não aguentam mais, se portam descaradamente como vítimas. Confesso que, não sei como podem ser tão dissimulados. Pedir ao povo que façam uma coisa que eles mesmos não estão dispostos a fazer e, alguns ainda sente o mórbido prazer de comentar suas performances e os seus delírios gargalhando com gente de sua laia (os que se fazem de vítima merecem mais o meu desprezo).

Não sei se a falha esta em nossos institutos de formação ou na precipitação de dar autoridade apressadamente a todo potencial líder carismático ou  influente que surge em nossas igrejas. Também é preciso atenção com aqueles que já são experientes no ministério pastoral . Tenho visto alguns dos meus heróis morrendo de overdose (de orgulho, vaidade, soberba, pecados morais, etc.).

Recentemente, recebi alguns dados de igrejas nos EUA e Europa que estão dando lugar a outros empreendimentos - conjuntos habitacionais, discotecas, playground e, uma das que mais me causou tristeza, acabou se tornando um lugar de reunião de uma ONG que faz apologia ao ateísmo. Não quero ser apocalíptico, mas temo que o Brasil também se torne um lugar onde a fé cristã se demonstre uma utopia ou um movimento obsoleto.

Que os pastores entendam que sua relevância está justamente na sua consciência na dependência do Mestre. E que a nossa glória está em fazer a vontade daquele que nos enviou.

Aviva Senhor a sua obra em nossos dias!