" Se o Cristo se encarnou para salvar a humanidade, então, tudo que nos desumaniza não pode ser divino." Pr Sandro

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Quando eu morri!

Quando eu morri tinha apenas 20 anos. Era um dia comum, salvo o fato que era sábado. Como sempre, meus amigos chegaram cedo ao meu Kitnet e logo fomos ao destino de todos os sábados pela manhã: A Feira Hippie. No dia em que morri a cidade continuava seu ciclo normal. O trânsito começou lento quando saímos de casa , mas logo a agitação tomou conta. Sons de buzina e
 motores se misturavam aos passos apressados dos pedestres que, apesar de serem uma multidão, caminhavam sozinhos ou nos seu pequenos bandos.
Sem saber que morreria naquele dia, fomos beber cerveja e falar da vida (fazíamos isso corriqueiramente, a exceção da bebida que se alternava as vezes para uma mistura de vinho, abacaxi e leite condensado). Chegando ao lugar da minha sentença, a feira Hippie, um dos meus amigos, não sei se sobre o efeito do álcool ou sobre o efeito de outras forças, começou a me destratar e a querer iniciar uma briga. Aquele era o cumprimento de uma "profecia" maldita (não tenho tempo para explicar, e na verdade, não sei se quero). Cansado de me ver rejeitar aquela briga (a frase que eu usei naquele dia vale pra mim até hoje: "Os animais é que disputam o que querem com violência") meu amigo perdeu o "sobriedade"(sobre efeito de ácool???) e partiu desferindo golpes de uma arte marcial que praticava em minha direção. Eu, que não era ninguém franzino, deixei me ser dominado pelos  instintos e avancei sobre ele. Não acredito que uma briga tenha vencedores, pra mim, quando chegamos a esse ponto, todo mundo perde um pouco. Mas, meu amigo ficou sangrando na rua e passou a vociferar ameaças de morte (eu sei muito bem que ele era capaz de cumpri-las). Quanto aos outros, assistiram ao show de horrores protagonizado em praça pública que só terminou com a chegada da polícia. Mas não fique pensando que meu amigo foi meu executor. Fui pra casa confuso. Sempre valorizei muito minhas amizades e de repente estava perdendo um grande amigo, sem contar o fato que, a relação com os outros não seria mais a mesma.
Agitado pelas lembranças daquela manhã, passei a tarde toda remoendo a situação. Deveria comprar uma arma para matá-lo primeiro? Deveria procurar os outros? (a possibilidade de me desculpar jamais teria passado pela minha cabeça). Foi então que um turbilhão de lembranças agitava minha cabeça. Sozinho em minha Kitnet, comecei a lembrar do meu irmão (que havia morrido antes de mim). De como ele chegou transformado em casa. Digo isto literalmente. Meu irmão era o tipo de pessoa que brigava com 15 sem pestanejar (e ele era hábil para entrar nessas confusões). Sua voz, sua expressão facial; tudo era diferente. Ele veio morar comigo e não parava mais de falar de Jesus e das coisas que Ele havia feito por ele. No começo achei aquele papo legal (pra ele) e mantive algum diálogo. Mas a insistência dele me fez pedir para que ele parasse com aquela história de Igreja. Ele sabiamente me atendeu. Só não deixou de falar ao meu respeito com meu executor.
Então, naquela noite de sábado, na varanda do Kitnet, levei o golpe fatal. Eu morri! Porém, assim como meu irmão, renasci. E aquele dia, o dia da minha morte, passou a ser o dia mais feliz da minha nova vida!


2 comentários:

  1. O Senhor diz em sua Palavra que é promessa p/nós e família que a nossa casa servirá ao Senhor,glória a Deus!!

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  2. Quantos são aqueles que ainda precisam renascer?? muitoss!! talvez uma multidão, que na verdade estão sozinhos caminhando por ai....que Deus nos use para isso!!!

    Neni...

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